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Por Larissa Feitosa, esportivobets Goi�s

22/12/2023 03h00 Atualizado 22/12/2023

Amanda Partata (lado esquerdo), Leonardo Pereira Alves (meio) e Luzia Alves (lado direito) �

: Reprodu��o/Redes Sociais

A advogada Amanda Partata, de 31 anos, foi presa suspeita de matar o ex-sogro e a m�e dele envenenados, em Goi�nia. Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e a m�e dele Luzia Alves, de 86, morreram ap�s tomarem um suco de uva oferecido pela suspeita. Entenda abaixo tudo que se sabe sobre o caso, a partir de informa��es da Pol�cia Civil e Pol�cia T�cnico Cient�fica.

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A advogada nega os crimes. O esportivobets pediu um posicionamento � defesa de Amanda, mas n�o teve retorno at� a �ltima atualiza��o desta reportagem.

Veja o que se sabe sobre o caso

Caf� da manh�As mortesO envenenamentoA doceriaMotiva��oAmea�as e persegui��oPris�oFalsa gravidezCh� revela��oQuem � a suspeita?Quem s�o as v�timas?

1. Caf� da manh�

Na manh� de 17 de dezembro, Amanda Partata foi at� a casa da fam�lia do ex-namorado levando um caf� da manh�, com p�o de queijo, biscoitos, suco de uva e at� bolos de pote de uma famosa doceria de Goi�nia.

Estavam na casa: Leonardo Pereira Alves, pai do ex-namorado; Luzia Tereza Alves, av� do ex-namorado; e o marido de Luzia. Destes, apenas o �ltimo familiar n�o tomou o caf� da manh�.

Segundo o delegado Carlos Alfama, a mulher afirma que est� gr�vida do filho de Leonardo e, por isso, continuava tendo proximidade com a fam�lia, embora n�o tivesse mais um relacionamento s�rio com o rapaz.

Durante a refei��o, somente Leonardo e Dona Luzia tomaram o suco de uva, levado pela advogada - veja abaixo

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2. As mortes

A pol�cia afirma que Amanda ficou na casa entre 9h e 12h. Assim que foi embora, recebeu um �udio de Leonardo, informando que estava passando muito mal e que a m�e dele tamb�m e, j� que a suspeita estava gr�vida, deveria procurar um hospital. O delegado refor�a que as v�timas se preocuparam com a suspeita.

Leonardo e a m�e sentiram dores abdominais, al�m de tamb�m apresentarem v�mitos e diarreia. Ambos foram ao Hospital Santa B�rbara, na capital. Enquanto Amanda voltava para a cidade de Itumbiara, onde mora.

Na unidade m�dica, Leonardo n�o resistiu e morreu. A m�e dele chegou a ser internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas tamb�m n�o resistiu.

O delegado diz que Amanda s� procurou o hospital por volta de 00h, em Itumbiara, ap�s a not�cia de que Leonardo havia morrido.

3. O envenenamento

Segundo o delegado, na manh� do crime, Amanda estava hospedada em um hotel, em Goi�nia. Ela foi em um mercado no Setor Marista, onde comprou diversos alimentos para o caf� da manh�. C�meras de monitoramento do mercado mostram a suspeita escolhendo as compras (veja abaixo).

Amanda Partata faz compras para caf� da manh� que terminou com morte do ex-sogro e m�e dele, em Goi�nia �

: Divulga��o/Pol�cia Civil

Mas, ao inv�s de ir direto para a casa da fam�lia, a advogada voltou para o hotel. O delegado acredita que foi neste momento em que ela envenenou o suco de uva.

"Foram comprados diversos alimentos. At� por uma quest�o t�cnica, � mais poss�vel que o veneno tenha sido ministrado no suco, porque � mais f�cil dissolver o veneno no meio l�quido", afirmou o delegado.

A Pol�cia Cient�fica ainda tenta analisar qual a subst�ncia exata foi usada no envenenamento das v�timas. Mais de 300 pesticidas est�o sendo analisados para tentar identificar qual pode ter sido aplicado (assista explica��o do perito abaixo).

O delegado Alfama diz tamb�m que a morte por intoxica��o alimentar foi descartada, porque o tempo de incuba��o das bact�rias no organismo humano faz com que, normalmente, a morte aconte�a depois de um per�odo mais prolongado.

Nesse caso, as v�timas come�aram a apresentar os sintomas em um prazo curto, de 3 horas ap�s a ingest�o.

Pol�cia Cient�fica explica como soube que homem e m�e mortos foram envenenados

4. A doceria

O caso passou a ser investigado no dia seguinte ao caf� da manh�, quando as v�timas j� haviam morrido. No boletim de ocorr�ncia, a esposa de Leonardo diz que a ex-nora levou os alimentos, mas que acreditavam que o bolo de pote poderia estar contaminado e, com isso, causando uma intoxica��o alimentar grave nas v�timas.

Em um post nas redes sociais, a m�dica Maria Paula Alves, filha de Leonardo, refor�ou essa suspeita, ao relatar sobre a morte do pai. Ela n�o cita o nome da empresa, mas menciona que os familiares comeram o doce. A doceria em quest�o � conhecida em Goi�nia e, em pouco tempo, muitas pessoas passaram a questionar na internet sobre a contamina��o dos produtos.

De acordo com a empres�ria Mariana Perdomo, a empresa teve um grande preju�zo financeiro por conta do caso, j� que o per�odo pr�ximo ao natal � um dos mais importantes para o faturamento. Ela diz que no dia 18 de dezembro, quando o caso passou a ser investigado, quase ningu�m fez pedidos.

O preju�zo se deu principalmente, segundo a empres�ria, porque nas redes sociais o assunto viralizou e passou a ser um dos mais comentados do pa�s, com postagens que orientavam as pessoas a n�o comprarem mais na doceria, pois os produtos estariam todos contaminados.

�O natal � onde a gente consegue levantar caixa para fazer investimento para sustentar meses que n�o s�o t�o bons assim [...] S� de investimento em embalagens de natal foram R$ 700 mil, n�o d� pra usar em outra �poca. Fora que meus produtos t�m a validade muito, muito baixa. Ent�o, por exemplo, todo o produto que foi recolhido para a pol�cia, a gente descartou. A gente descartou todos os lotes dos produtos que estavam l�, explica a empres�ria.

A equipe jur�dica da Perdomo Doces informou que est� analisando os pr�ximos passos, mas que pretende processar as pessoas que disseminaram informa��es falsas sobre a empresa.

Ainda no dia 18 de dezembro, a pol�cia e outros �rg�os de fiscaliza��o, como o Procon Goi�s, visitaram as unidades da empresa para averiguar os produtos, em busca de irregularidades e evid�ncias da contamina��o.

O Procon Goi�s publicou uma nota dizendo: �Os agentes verificaram informa��es contidas nas embalagens, datas de fabrica��o e validade, acomoda��o e refrigera��o dos doces e, nesta ocasi�o, n�o foi constatada nenhuma irregularidade nos produtos fiscalizados. As informa��es e documenta��o foram repassadas para a Delegacia Estadual de Investiga��o de Homic�dios, que segue com as apura��es�.

No dia 20 de dezembro, o delegado Carlos Alfama tamb�m anunciou que o envolvimento da doceria estava descartado.

Leonardo Pereira Alves (lado esquerdo) e a m�e Luzia Alves (lado direitos) (Goi�nia, Goi�s) �

: Reprodu��o/Redes Sociais

5. Motiva��o

Para a pol�cia, Amanda � a respons�vel pelas mortes de Leonardo e Luzia. A motiva��o para o crime seria o sentimento de rejei��o da advogada com o fim do namoro de 1 m�s e meio com o filho de Leonardo.

Com o intuito de continuar pr�xima do rapaz e da fam�lia dele, assim que o namoro acabou, Amanda anunciou que estava gr�vida. Com isso, acabou sendo acolhida por todos.

Em seu primeiro depoimento � pol�cia, Amanda disse que tinha uma rela��o boa com as v�timas e com a fam�lia em geral.

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6. Amea�as e persegui��o

A pol�cia afirma que, na semana do t�rmino entre Amanda e o filho de Leonardo, o rapaz passou a ser perseguido virtualmente, por pelo menos seis contas diferentes nas redes sociais. Amanda seria a administradora.

"N�s descobrimos que os perfis usados para praticar as amea�as contra o filho do Leonardo eram da Amanda. A partir de t�cnicas pr�prias da pol�cia e em contato diretamente com a empresa Meta, que � respons�vel pelo Facebook e Instagram, n�s temos essa certeza de que esses perfis eram utilizados pela Amanda", disse o delegado (ou�a abaixo).

Al�m disso, o rapaz tamb�m era amea�ado de morte por liga��es e mensagens de texto an�nimas. As amea�as tamb�m eram direcionadas para a fam�lia dele. Segundo o delegado, ele afirma ter bloqueado mais de 100 n�meros diferentes. Uma das mensagens dizia: �Depois n�o adianta chorar em cima do sangue deles�.

Pol�cia detalha como eram as amea�as recebidas pelo ex de Amanda Partata

"N�s tamb�m descobrimos que os 100 n�meros, que faziam amea�as por SMS e liga��o, na verdade se tratava de uma tecnologia que mascara um n�mero original. Esse n�mero original era cadastrado no nome do irm�o da Amanda, mas ela, por uma desaten��o, no programa que mascara o n�mero colocou como e-mail e n�mero de recupera��o os dela�, explicou o delegado.

O filho de Leonardo procurou a pol�cia e registrou um boletim de ocorr�ncia sobre os fatos, antes da morte do pai acontecer. Mas, segundo a pol�cia, n�o desconfiava de Amanda, pois a suspeita tamb�m direcionava amea�as a ela mesma.

"Vou matar voc� e aesportivobetsnamoradinha", disse Amanda amea�ando a si mesma anonimamente em mensagem ao ex-namorado.

7. Pris�o

Amanda foi presa na noite do dia 20 de dezembro, em uma cl�nica psiqui�trica em Aparecida de Goi�nia, na Regi�o Metropolitana da capital. Um

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Mulher � presa suspeita de matar ex-sogro e a m�e dele envenenados, em Goi�nia

O delegado diz que a mulher estava na cl�nica porque teria tentado tirar a pr�pria vida. Antes disso, ela chegou a ser internada em um hospital, que n�o teve o nome divulgado.

Ao ser ouvida pela segunda vez, Amanda negou os crimes �sem uma l�grima nos olhos�, segundo o delegado. A mulher deve responder por duplo homic�dio duplamente qualificado por motivo torpe e envenenamento.

�Eu acredito que a inten��o dela era matar qualquer pessoa que consumisse os alimentos�, disse o delegado.

8. Falsa gravidez

O delegado afirmou, com base em um exame de sangue, que Amanda n�o est� gr�vida. Ele diz que a informa��o foi repassada pela defesa da mulher, que permitiu que isso fosse anunciado durante coletiva de imprensa.

At� a �ltima atualiza��o desta reportagem, a pol�cia ainda n�o sabia dizer se Amanda inventou a gravidez e forjou exames para corroborar essa vers�o ou se, de fato, ela perdeu o beb�.

�Ela n�o est� gr�vida agora e j� n�o est� gr�vida h� algum tempo, apesar dela ainda dizer que est� gr�vida. O exame Beta HCG, que a pr�pria defesa dela nos trouxe, mostra que deu zerado, ou seja, ela n�o est� gr�vida h� algum tempo, mesmo fingindo ter enjoos da gravidez�, disse o delegado.

Pol�cia diz que Amanda Partata n�o est� gr�vida e que fingia gesta��o

9. Ch� revela��o

Durante o primeiro depoimento, Amanda chegou a dizer que fez um ch� revela��o com a fam�lia do ex-namorado.

s em redes sociais mostram o momento da festa, em que a advogada comemora a descoberta de que estaria gr�vida de uma menina.

�Ela comunicou � fam�lia e ao ex-namorado que ela estaria gr�vida dele, inclusive chegou a apresentar um teste de sexagem fetal para um ch� revela��o�, disse o delegado.

Ch� revela��o feita por advogada suspeita de matar ex-sogro e a m�e dele envenenados, em Goi�nia, Goi�s �

: Reprodu��o/TV Anhanguera

10. Quem � a suspeita?

Amanda Partata mora em Itumbiara, no sul goiano. Ela � advogada e, nas redes sociais, tamb�m se apresentava como psic�loga e fazia publica��es com coment�rios sobre livros diversos.

Por�m, segundo o Conselho Regional de Psicologia de Goi�s (CRP-GO), ela n�o tem registro profissional ativo no banco de dados do Conselho.

Durante coletiva de imprensa, o delegado comentou sobre Amanda ser muito inteligente e dissimulada (ou�a abaixo). Ele afirma que ela forjou uma personalidade d�cil para ser acolhida pelas v�timas.

�� uma pessoa que mostrou uma personalidade extremamente voltada ao crime, com condutas criminosas complexas [...] Ela foi recebida de bra�os abertos pelas v�timas, porque ela forjou uma personalidade d�cil, am�vel, quando na verdade ela n�o tinha�, afirmou o delegado.

Pol�cia explica personalidade de mulher suspeita de matar ex-sogro e a m�e dele

11. Quem s�o as v�timas?

Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, � ex-servidor da Pol�cia Civil. Ele era conhecido como Leoz�o. Nas redes sociais, a filha dele Maria Paula Alves disse que o pai era uma pessoa saud�vel e extraordin�ria.

�Papai era uma pessoa de 58 anos que n�o tinha 1 fio de cabelo branco na cuca e que acordou o dia 17 de dezembro completamente bem. Os porqu�s, a surpresa, a ang�stia, o desentendimento e a d�vida n�o ter�o espa�o nesse texto. O texto � sobre o senhor ter sido - e ainda ser - o maior exemplo de homem/pai que eu encontrei�, disse a jovem.

A m�dica Maria Paula Alves abra�ada com o pai Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, que morreu envenenado, em Goi�nia �

: Reprodu��o/Redes Sociais

Luzia Alves, de 86 anos, era m�e de Leonardo. Ela, segundo a pol�cia, era cadeirante.

De acordo com o advogado Lu�s Gustavo Nicoli, a fam�lia est� estarrecida com o crime. "N�s estamos estarrecidos como fam�lia. Jamais imaginamos isso, jamais", disse o advogado Lu�s Gustavo, que tamb�m era sobrinho da v�tima Luzia.

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